Há pouco menos de oito meses (a 25 de março), num jogo diante do Racing de Ferrol, Dragisa Gudelj viveu um dos maiores sustos da sua vida (e também provocou um dos maiores sustos aos mais próximos). Nos instantes iniciais dessa partida, o
irmão de Nemanja Gudelj colapsou no relvado e deixou todos de mãos na cabeça, temendo-se o pior. A intervenção médica revelou-se decisiva e Gudelj sobreviveu, voltando mesmo aos relvados depois de um processo de recuperação e da
colocação de um desfibrilhador automático (DAE). Agora, oito meses depois, o sérvio recorda o momento, especialmente quando se levantou em plena ambulância e manifestou vontade de... continuar a jogar.
"Nesse momento não pensava. Levantei-me, pareceu que era um segundo, tencionava continuar a jogar porque não queria deixar a equipa sem mim", recordou o defesa sérvio, numa entrevista ao programa Gol a Gol de Canal Sur, na qual assumiu que o aspeto mental era o mais importante para poder voltar a render depois de superada toda a questão da recuperação.
"Tinha claro que, se não superasse a parte mental, nunca poderia voltar ao meu nível ou continuar a melhorar. A parte mental era a chave de tudo, pois é aí que entra o medo. Não é fácil quando entras no relvado e voltas a estar no sítio onde morreste. Esses meses foram bastante duros, mas fizeram-me mudar totalmente como pessoa. Tinha de mudar o chip", assumiu.
Na mesma conversa, Dragi recordou ainda a chamada que recebeu de Christian Eriksen, dinamarquês que sofreu um problema similar durante o Euro'2020. "Foi uma chamada especial. Estava internado há três dias e disseram-me que tinha de implantar um desfibrilhador automático (DAE). Fiquei com muitas dúvidas e falei com ele durante uma hora. Foi muito importante para mim, pois tirou-me todas as dúvidas. Ele passou pelo mesmo e sabia o que passava. Ajudou-me muito. Só tenho boas palavras para ele".
Antigo jogador do V. Guimarães, Dragisa Gudelj leva esta temporada 12 partidas disputadas pelo Córdoba - na Primera División RFEF -, todas com os 90 minutos realizados.