Melhores lançadores portugueses fazem mira ao Europeu de pista coberta e à Taça da Europa

Craques estiveram reunidos num estágio em Vila Real de Santo António, tendo em vista a temporada

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Atletismo: melhores lançadores portugueses reunidos com foco nas grandes provas da temporada

Os melhores lançadores de Portugal estiveram reunidos em Vila Real de Santo António, entre 3 e 13 deste mês, para um estágio promovido pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA). Com um importante duplo compromisso agendado já para março – Europeu de Pista Coberta, em Istambul, e depois Taça da Europa de Lançamentos, em Leiria –, os craques treinaram arduamente.

À conversa com Record, o treinador Carlos Tribuna explicou como se trabalha ao mesmo tempo com atletas de diferentes disciplinas (no caso peso, disco e dardo). "Tentamos que eles tenham momentos de trabalho individual mas também de avaliação coletiva, nomeadamente ao nível dos multi-lançamentos e multi-saltos. Nessas alturas estamos todos juntos e cria-se uma dinâmica", contou o professor. "Estes estágios têm muito relevo ao nível da partilha, até entre treinadores. Além disso, as análises biomecânicas e os testes físicos dão-nos valores que podemos tentar alterar ao longo da época e saber se o que fizemos para trás foi bem feito", acrescentou Carlos Tribuna.

Tendo em conta que no Europeu apenas a disciplina do peso estará presente, falámos com Jéssica Inchude, uma das duas atletas já apuradas – a outra é Auriol Dongmo, que por lesão não esteve no Algarve. "Quero ir à final e estar o mais perto possível das medalhas", começou por dizer, fazendo depois mira à Taça da Europa: "aí quero dar o máximo de pontos a Portugal."

Em Leiria já teremos as restantes disciplinas, como o disco, onde Liliana Cá e Irina Rodrigues podem brilhar. "Espero continuar no pódio, à semelhança dos dois últimos anos, com uma boa marca", vincou a atual recordista nacional. Liliana, que foi 5.ª em Tóquio'2021, 5.ª no Europeu e 6.ª no Mundial (ambos no ano passado), é uma das grandes figuras da comitiva portuguesa, mesmo depois de uma interrupção de várias épocas devido à maternidade. Uma paragem que não impediu que voltasse mais forte: "O meu foco agora é a 100%. Com dois filhos a responsabilidade é o dobro. No início foi difícil conciliar, pois o corpo não estava habituado. Fui abaixo e até o corpo reagir levou algum tempo. Mas tive ajuda do meu primo, do meu namorado e ficou muito mais fácil."

Quanto a Irina, espera na Taça da Europa "uma boa classificação que a coloque bem a nível de ranking mundial". Agora como atleta a nível individual, depois de 14 anos no Sporting, a experiente lançadora - presente nos Jogos de 2012, 2016 e 2021 - está também a terminar o curso de medicina e contou-nos como concilia: "Não é fácil mas é possível. O meu dia começa às 7h30, entrar no hospital às 8h15, sair por volta das 13h30, almoçar, estudar e se conseguir fazer uma sesta de 30 minutos sou super abençoada; depois vou treinar às 18h, saio às 21h, chego a casa, janto e vou dormir."

Em crescente evidência está Leandro Ramos, o recordista português do dardo. Depois da prata na Taça em sub-23, faz mira ao pódio em seniores e avisa a concorrência para o futuro: "Gostava de ser o melhor do Mundo de todos os tempos". Leandro despontou rapidamente nesta especialidade, revelando que a evolução meteórica tem uma explicação: "Tenho uma boa base, sou multidisciplinar. Fiz todas as modalidades relacionadas com atletismo. Tenho cinco anos de lançamento do dardo. Quando me especializei dei um salto. Muitos perguntam-se como é possível passar de 60 metros para 84 metros em três anos mas acho que ainda há muita coisa boa para vir."

Foco também no Mundial e em Paris’2024

Além do Europeu e Taça, este ano ficará também marcado pelo Mundial em Budapeste (agosto) e pela qualificação para os Jogos Olímpicos do próximo ano. "Perspetivo entre cinco e sete atletas no Mundial", disse Carlos Tribuna, abordando depois Paris’2024: "a margem ainda é longa mas sabemos que quem estiver nos Mundiais e em bom nível à partida estará nos JO". Os lançamentos têm sido dos setores com "maior evolução" na FPA, que desde junho de 2022 conta com a Santa Casa como patrocinador oficial. Uma das atletas que tem grandes aspirações em estar presente em Paris é Liliana Cá, que foi 5.ª em Tóquio: "Sonho ganhar uma medalha olímpica". 

Por João Socorro Viegas
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